25 março, 2002

A festa à fantasia foi uma droga...

Minha fantasia estava uma droga.
O lugar era uma droga.
A música estava uma droga.
O DJ era uma droga.
Ver todo mundo acompanhado e eu sozinho foi uma droga.
As bebidas estavam uma droga.
O (pouco) que tinha para comer estava uma droga.
O frio estava uma droga.
O que o João fez com a Paula foi uma droga.
O que o João fez depois também foi uma droga. (updated!)
A decoração estava uma droga.
A iluminação estava uma droga.
As bichinhas uó estavam uma droga.
Foi tudo uma droga...

Pra começo de conversa a minha fantasia estava uma merda. A única coisa que prestou foi o meu cabelo, fiz uma escova irada e deixei ele todo em pé. Depois eu passei uma cera em bastão que a Lu trouxe da Austrália que deixou ele todo despenteado... pena que não existe dessa por aqui.
O lugar era um pouco depois do cú do mundo. O pior de tudo é que o povo resolveu ir para o lugar por dentro de São Paulo, pela Zona Leste. As vezes eu me pergunto, porque eu acabo caindo em umas furadas desse tipo ? E depois de tudo, eu não aprendo ?
O lugar era horrível. Depois de se perder em uma estrada de terra fudida, a gente conseguiu chegar. A decoração estava péssima, uma luz vermelha que deixava o lugar igual à um bordel. A pista (hehe, pista... até parece) do lado da piscina, onde as bichinhas mais doidas pulavam em meio aos sapos que lá coaxavam.
Só tinha cerveja e vodka. Quentes. Eu não bebo cerveja em hipótese alguma. Vodka pura, muito menos. Lá pro meio da festa foi que eu arranjei um copo de coca-cola e dividi com a Kézia. Para comer, aqueles salgadinhos deliciosos de isopor com gosto de bacon, queijo chulé, enfim... me senti num lanche comunitário do prezinho.
Não aproveitei nada da festa (subentende-se que eu não fiquei com ninguém) e - pasmem - nem liguei muito para isso.

Algumas das coisas que devem ser comentadas:
- Show do Douglas >> Foi o que salvou a minha noite. Ele estava enfiado em uma fantasia de vinil com lycra, totalmente Mulher-Gato. Com uma bota de salto 12cm, andava melhor do que qualquer mulher. Se bem que ele era uma mulher mesmo; tinha peito, tinha uma bunda enorme de invejar qualquer funkeira, e não tinha pinto. Desacreditei quando ele pegou a minha mão e colocou para eu passar...
"Douglas, cade seu pinto ??"
"Ai bicha, não é o máximo !?!? Além de peito e cuzão, eu ainda tenho uma buceta !!!!!"

O show dele foi coisa de louco, arrasou! As bichas foram ao delírio quando ele arrancou a capa de "Pânico" e surgiu linda e esbelta lambendo o braço... Fora o showzinho que ele deu quase em frente ao hotel quando desceu do carro, em plena Al. Santos!
- Fantasia do Cláudio >> Ele estava enfiado num colant justérrimo verde limão cheio de interrogações e de cabelo vermelho. E ele me desce assim bem no meio de do povão lá de Suzano, para pedir informação num posto de gasolina. A gente teve um chilique, morrendo de medo da bicha ser espancada!
- O casal Batman e Robin >> Meu pai do céu, o que era aquilo ? Que casal maravilhoso... que fantasias lindas, perfeitas! Eu sei que quando eu vi aqueles dois me deu uma vontade louca de soltar uma bomba em Gotham City para que os dois viessem correndo atrás de mim e me pegassem!
- O dj fim da paçoca >> Um dj tosquíssimo que usava um telefone ao invés de um fone de ouvido só poderia ter vindo da periferia! O som estava com problemas, então ele fazia questão de repetir que "se a música parasse, a culpa não era dele, e sim do som que estava com problemas técnicos"... é demais!
- Caso João e Paula >> Resumo básico: Paula é apaixonada por João, que não sabe o que sente por ela além de um carinho muito grande.
O João veio do nada, sem ser convidado, e acabou dando um beijo na Paula. Depois de uns 20 minutos na pista com ela, ele vira para trás e começa a ficar com uma estagiária uó da nutrição, bem na cara da Paula.
Eu sei que a festa acabou para ela. Ela chorava, gritava, queria ir embora, rasgar a fantasia, tudo, de um vez só! Ela gritava de dor, raiva, desespero... foi triste ver a Paulinha daquele jeito e não poder fazer nada.
O que eu não me conformei foi do povo teimar em levar ela para a pista, mandando ela beber, esquecer... Lógico que ela tinha que esquecer, mas do nada ela ia para a pista com um sorriso no rosto ? Depois de tudo ? Por mim eu vinha com ela para casa; como não dava, deixava ela num canto chorando tudo o que tinha direito, até cansar e cair em si que ele não merecia nada daquilo. A nossa festa acabou, pois ficou todo mundo preocupado com ela e inconformado com o que o João tinha feito.

Saímos de lá umas 07 da manhã e viemos para São Paulo. Fomos para a casa da Lu, dormimos até umas 16. Ficamos por lá depois disso, comendo, conversando... Foi um final de semana perdido, literalmente. Mas com certeza se eu ficasse em casa, ia ficar me lamentando por não ter ido.
De qualquer forma, preciso aprender à escolher melhor os lugares que eu vou... para depois não me arrepender!

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