02 janeiro, 2003

Passei bem o meu ano novo. Não foi dos melhores, nem do jeito que eu queria que fosse... Mas foi bom.
Passei em casa, bem na paz mesmo. Depois fui encontrar com uns amigos, foi gostoso.
Dessa vez o ano novo foi apenas o dia seguinte, literalmente. Sem resoluções, promessas, simpatias, grandes esperanças nem nada.
Uma ou outra mudança de comportamento talvez... Mas isso é algo que já vem vindo com o tempo, venho tentando mudar minha postura em relação à certas coisas / pessoas. Talvez isso se concretize em 2003, talvez eu continue o garoto mimado e turrão e tudo continue como sempre...

Se bem que houve uma coisa que eu tentei mudar e já me arrependi, mesmo sabendo que devemos nos arrepender apenas daquilo que não foi feito.
Tentei colocar em prática o “não devo ser tão seletivo” - a maior crítica que recebo quando pergunto à alguém pq será que eu estou sozinho - e acabei ficando com o primeiro que me deu bola, justamente no 1º dia do ano. E nem foi tudo isso.
15 minutos depois de estar com ele, a consciência já pesava... Não precisava ter levado isso tão ao pé da letra. Não mudou nada no meu jeito de ser – pelo menos não até agora – e não me acrescentou nada também.

Na verdade, eu não sei pq eu continuo fazendo isso. Parece que é mais fácil... satisfaço meus desejos quando quero, do jeito que eu quero, sem ter que agüentar ninguém buzinando no meu ouvido querendo discutir relação ou outras baboseiras. Frio. Impessoal. Carnal. E termina por aqui.
Sou eu quem dita as regras do jogo. Vou levando do meu modo, me satisfazendo, até a hora que em que não for mais interessante e perder a graça para mim. Como se fosse um programa, e o preço fosse esse: eu largar a coisa em si quando eu quiser, e ninguém ter direito nenhum de reclamar. Aí é hora de voltar pra casa... pro meu canto, pro meu porto seguro. E hora de me arrepender mais uma vez de sentir aquele gosto amargo na boca, e aquele cheiro impregnado no meu corpo.
Preencho alguns dos espaços que são vitais num relacionamento com meu amigos... conversar, sair, se divertir. Uso o blog como um desabafo, já que não quero mais pagar R$ 150,00 por 45 minutos de terapia para ouvir que estou errado, mesmo sabendo disso.
Mas tem coisas que só um relacionamento sério traz pra vc. À começar pela inexistência daquele sentimento de vazio do dia seguinte que só essas aventuras baixas e egoístas são capazes de proporcionar.
Um sentimento de inutilidade, frieza...de saber que você pulou algum step, alguma etapa do precesso.
Etapas pelas quais eu anseio desde o meu primeiro beijo... será que isso existe ?! Conhecer, se apaixonar, rolar aquele primeiro beijo, e a coisa ir engrenando, com mão na mão, mão naquilo e aquilo naquilo, como as pessoas dizem ?!

Ao longo desse post uma idéia vem martelando na minha cabeça. Peço desculpas, mas cairei em contradição... e farei uma promessa de ano novo sim.
Que eu não serei mais tão seletivo não é novidade, isso eu já venho tentando há algum tempo, e não vou levar tão ao pé da letra como levei ontem.
Eu vou procurar ser menos seletivo sim, mas ao mesmo tempo vou tentar me relacionar deixando que as coisas fluam naturalmente. Sem pular etapas, sem partir direto pra os finalmentes e acabou.
E se por acaso rolar de partir para as vias de fato logo de cara, que eu parta não só pelo simples desejo do toque. Mas que role algo mais forte do que isso, algo que realmente mexa comigo... alguém que mexa comigo.
Eu sei que isso não depende só de mim. O “mundinho” também não colabora muito não, querer assumir esse tipo de compromisso nesse meio é quase que um celibato.
Relacionamentos gays em sua grande maioria são efêmeros, promíscuos e passageiros sim... mas isso não quer dizer que eu tenha que fazer parte dessa maioria.

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