Quero mãos e braços fortes para cavar um buraco no chão e me esconder. Um buraco fundo, onde ninguém me ache. Quero ter pernas grandes, que dêem passos largos para que eu possa correr... muito. Pra qualquer lugar onde eu fique sozinho. Quero arranhar minha garganta com um grito grave, de alívio, de desespero, de dor. No ouvido de cada um de vocês. E essa será minha despedida.
Quero ter asas que me levem pra longe, pra bem longe daqui. Pra nunca mais. Onde nada me alcance. Nem problemas, nem sonhos, nem medos, nem incertezas, nem ninguém. Muito menos ninguém.
Não quero mais amigos, não quero mais dinheiro, não quero mais família, não quero mais trabalho, não quero mais sexo. Quero eu, só eu. Minha companhia me basta, eu sou meu melhor amigo. Eu quero ser o meu amante, o meu patrão, o meu confidente, o meu pai e a minha mãe.
Eu quero ser a minha música. Tocar e dar alegria só pra mim, só pra me ver dançar. Quero ser o meu bem mais precioso. Eu sou o meu bem mais precioso mas ainda não sei disso.
Eu quero nascer de novo. E nascer grande, imenso, bonito e sozinho... Como o Sol, que não faz questão das estrelas por perto. Elas não servem pra nada, só para brilhar à custa da sua luz como um bando de idiotas.
E vocês são todos um bando de idiotas!
Eu mesmo, revoltado e auto-suficiente, num momento de extremos. Atingindo o pico máximo de saco cheio do mundo e a mais baixa auto-estima já registrada.
And don´t you dare comment this post.
28 junho, 2002
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