29 setembro, 2005

Esse mês eu completei 5 anos de hotelaria.
Acho que a melhor forma de comemorar isso foi trabalhar 2 semanas como eu nunca trabalhei nesse tempo todo... 12, 14 horas por dia pra mais, almoçando em 20 minutos, indo pra casa tomar um banho e voltando pro hotel pra ir embora lá pelas 2, 3 da manhã, acompanhando eventos e mais eventos.
Conseqüentemente, nunca me senti tão realizado nesses 5 anos. Os eventos mais bacanas e alguns dos mais trabalhosos acabam caindo na minha mão de propósito, pq o hotel sabe do meu comprometimento e pode contar mais comigo do que com outros; e ouvir isso do chefe é bom demais, não?!
Por outro lado, sabe quando você se torna um alienado? Não me pergunte os filmes em cartaz, as músicas das paradas, muito menos o que aconteceu em América. E tb não me pergunte de política, essa última na verdade pq nunca me agradou...

O mais engraçado foi quando essa semana começou – muito mais tranqüila, por sinal – eu senti uma necessidade enorme de sair, ver gente, conversar com os amigos, desabafar, sabe?! E de olhar nos olhos, de ouvir, tocar... de sentir que não está só.
E esse “estar só” é algo que tem martelado na minha cabeça. De repente, parece que as afinidades que eu tinha com alguns amigos foram desaparecendo, a ponto deu não ter mais vontade alguma de ligar, procurar, saber como está ou ouvir as histórias.
Parece que de repente eu percebi o quão superficiais são as relações ditas “de verdade” ou “pra sempre” o tempo todo. Quanto mais eu ouço ou leio em scraps esse tipo de afirmação, eu me pergunto qual a veracidade disso, e o que isso esconde por trás. Necessidade de aparecer, insegurança, auto afirmação?
Não estou jogando a culpa nos outros, até pq eu várias vezes agi assim. Só que hj é nítido que eu posso contar exatamente com quem eu nunca precisei afirmar ou provar esse tipo de relação; enquanto os outros ditos amigos tem a duração de um happy hour, de uma balada.
Continuo sim gostando deles, mas aprendendo que não devo esperar demais pq a amizade acabará quando cada um for pra casa, tomar conta da sua vida.

De repente eu me vi cercado de gente, e sozinho. E por mais que eu não queira, acabo me questionando se valeu à pena, de uma forma bem abrangente mesmo.
Acho que aos poucos eu tenho aprendido a não esperar demais dos outros; ainda que seja para me preservar de futuras decepções e desencantamentos. É questão de sobrevivência...

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